quarta-feira, 27 de junho de 2012

Pertencer



Tem pessoas que simplesmente pertencem uns aos outros. 
Já éramos bem mais do que apenas bons amigos. Pertencíamos- nos há algum tempo, só não sabíamos ainda. Você já era meu, e eu já era tua a alguns meses e nos calamos durante esse espaço de tempo. Eu queria poder saber o que sentia, mas era qualquer coisa além de te amar, eu sabia. Eu já era sua. Você sabia. 
Eu soube que era meu quando sorria torto e eu te xingava, você ria de mim por eu fazer isso. Era tudo tão engraçado com você. Era tudo tão simples. Eu queria tudo, mas estar com você me tirava grandes coisas da cabeça, eu nunca consegui repensar algum plano que eu tinha feito, não perto de você. Como se alguém fosse raro... você realmente é muito raro. 
Queria poder te beijado com mais força, ter te machucado naquele dia, eu queria poder ter te segurado no pescoço e falado " Você é só meu amigo" Como em filmes sabe? Continuadamente ter te beijado mais e mais depois de ter me arrependido por fechar meu coração, e continuar dizendo que você não passava disso. Nunca ia passar. Queria pode ter te falado coisas inúteis pra te fazer afastar de mim, queria ver se realmente se afastaria, se me amou quando me viu pela primeira vez. 
Eu soube que era meu quando me deu aquele abraço forte, me fez parar de respirar com seus braços no meu rosto, e eu gostei. Eu pude notar que gostou também, você deu aquela risada engraçada outra vez, e eu cai em cima de você. Você já era meu. Não mais um bom amigo, mas tinha alguma coisa mais forte do que isso, algo que nos prendíamos cada vez mais um ao outro. 
Você se lembra? Me lembro do abraço deitados na cama, rindo e falando sobre nós mesmos, sobre como passaríamos de uma fase conturbada, de uma fase ruim, de como nos deitaríamos na nossa cama em nossa própria casa, de como eu faria seu café da manhã e de como eu tinha um vontade enorme de preparar o jantar pra você, mas pouco sabia cozinhar. 
O filme sempre é bom, e o chocolate com pipoca é sempre quente. Teu abraço é sempre forte, e teu beijo é sempre diferente.         

terça-feira, 26 de junho de 2012

Tempestade




Boa chuva ontem. Bom começo de tempestade, não lá fora, eu falo aqui dentro de mim. Nada que eu não pudesse controlar, é claro, eu quase sempre não controlo, deixo ficar, passar, uma hora há de passar. Mas é que eu quase desisti de mim. Frase que pouco ouço, mas que muito vivencio. Desistir. Como seria desistir de si mesmo? 
Seria como: Largar o melhor dos melhores livros de romance que agora pouco estava lendo tomando um xícara de chocolate quente, a coisa que você mais gosta de beber no frio, se deitar, porque agora pouco você estava sentada tentando entender a história de amor desse casal meloso e patético. Nesse exato momento você liga a TV e está passando aquele filme daquela garota que se esquece todos os dias que conheceu um cara incrivelmente perfeito. E você chora, porque é injusto. Foi tudo tão injusto. Ela poderia muito bem se lembrar só dele, mas aí o filme acaba com você cheia de lágrimas no rosto e nem se quer sabe o que significa aquela tempestade lá fora. Você ao menos sabe por que aquela tempestade invadiu seu peito e agora dói como se um faca atravessasse todo o seu corpo. 
Você não tem mais nada o que fazer e continuadamente chora. Fraca. Mas de repente há um arco íris, você acaba não o vendo, mas sabe que a chuva agora está ficando cada vez mais fina, rala, e acaba. O arco-íris, lindo, e você se sente tão fraca que nem se quer consegue olhar para cima. E é aí que você percebe. Você desisti. 
Como se não houvesse amanhã, ou pelo menos, como se amanhã fosse o último dia de sua vida, talvez o último de de todas as vidas, e você é a única pessoa que quer descansar nesse dia. Como se a dor de um passado vulnerável à lembranças tomasse toda a sua energia. Você se sente mal. Isso é fato? Que seja. 
Se levanta, abaixa a cabeça e olha para a janela. Daqui eu consigo ver o arco-íris, é realmente lindo. A tempestade passou, e dentro de você a uma mágoa que não quer passar. Aquele livro que estava no chão, aquela história do casal patético te faz transcender memórias boas. Você se arrepende de tê-lo jogado no chão, pois é a única coisa que realmente vai te fazer chorar mais um pouco e logo em seguida abrir um sorriso, como quase todas as histórias de amor, eles ficam juntos no final. Claro.