terça-feira, 28 de maio de 2013

De alguém pra alguém.



Oi. Talvez seja você, talvez nem seja ninguém. Prometi não escutar a palavrinha mágica, mas você escutou de mim, nem sei mesmo se foi assim. Planejei algumas coisas pra falar, mas dentro de mim nem uma palavra saiu. Sem contar as vezes que dormi sozinha pensando em pensar em ninguém, mas talvez eu tenha pensado em alguém, talvez seja você, talvez nem seja ninguém, não sei. Algumas vezes saiu de mim coisas que pensei assim, numa tarde qualquer, não lembro se estava de pé, se cai algumas vezes por conta das coisas loucas que surgia em alguns lugares em mim. Essa coisa de pensar e não pensar é meio louco, você deixa meu psicológico louco, e tento esvaziar e você me enche outra vez. Outras vezes. Eu juro, não pensei em não pensar em você, mas as coisas mudaram de rumo, talvez eu arrumo algum lugar pra ficar. Pra ficar longe de ti. Talvez em uma cidade perto daqui. Talvez seja você, talvez nem seja ninguém, talvez seja eu, ou talvez seja outro alguém que pegou minhas palavras, escutou o que eu disse, colocou em um bolso, foi pra casa pensar em mim. Talvez seja um outro alguém. Talvez eu seja o seu domingo mais preguiçoso do calendário da parte de julho. As coisas não estão bem, eu sinto o cheiro do caos vindo do seu cheiro que ficou no meu quintal. Talvez eu nem queria nada, ou talvez seja as pequenas coisas que eu escutei de você, vindo de você já não eram boas, imagina o que eu aprontei e não te contei, coisas que ficaram lá pra trás. Mas de uma coisa você sabe, não sou boa com os detalhes, talvez seja alguém que os roubaram do meu bolso, colocaram em outro bolso, talvez seja o mesmo cara que andou pensando em mim. 
Cada pessoa faz uma escolha, eu não sei a minha, vou deixar como está, talvez alguém decida por mim. Fim. 

domingo, 19 de maio de 2013



"Peguei minha garrafa e fui pro meu quarto. Fiquei só de cueca e deitei na cama. Nada estava em sintonia, nunca. As pessoas vão se agarrando às cegas a tudo que existe : comunismo, comida natural, zen, surf, balé, hipnotismo, encontros grupais, orgias, ciclismo, ervas, catolicismo, halterofilismo, viagens, retiros, vegetarianismo, Índia, pintura, literatura, escultura, musicas, carros, mochila, ioga, cópula, jogo, bebida, andar por ai, iogurte congelado, Beethoven, Bach, Buda, Cristo, heroína, suco de cenoura, suicídio, roupas feitas à mão, voos a jato , Nova York, e aí tudo se evapora, se rompe em pedaços. As pessoas têm de achar o que fazer enquanto esperam a morte.
Acho legal ter uma escolha.
Eu tinha feito a minha escolha. Ergui a garrafa de vodka e dei um vasto gole. Alguma coisa aqueles russos sabiam.

quarta-feira, 15 de maio de 2013



Ela sorri de cabeça baixa me dizendo coisas das quais eu não saberia explicar por aqui, só dizendo, imitando-a. Completamente louca, diferente, sabida, cheia de manias e tropeços, cheia de coisas boas e tanto de coisas que nunca dá pra entender. É a solução dos meu problemas, e os problemas são justamente ela. Viu? Só a imitando pra vocês ter uma noção como é a peça.

domingo, 12 de maio de 2013





Pra falar verdade nunca achei que valeria a pena, eu pouco esperava por isso, mas quando grandes coisas acontecem você acaba as deixando rolar. Esse foi o erro. Talvez não seja um dos maiores erros da minha vida – na verdade não é um dos maiores mesmo, nem é um grande erro, não sei por que penso dessa maneira, talvez seja por que eu penso muito – Mas eu não acreditava muito nisso, não depois do que aconteceu comigo, ou pelo menos acontecia. Confiar de mais sempre foi um dos pequenos detalhes e motivos da minha vida estar desse jeito hoje em dia. Acreditar de primeira também foi outro motivo. Acho que perdi um pouco disso. É bom por um lado: eu não sou mais boba e não caiu fácil nas conversas dos outros. Por outro lado é péssimo: o fato de eu não conseguir acreditar. E não acreditar te faz uma pessoa incompreensível.
As dores acumuladas passam despercebidas aos olhos de quem te vê andando por aí sozinha. Você está bem. Mas fingi. É claro, as pessoas não estão na sua mente, e nem todos vão vir te perguntar o que houve. Então você pensa que mesmo se eles viessem te perguntar ou ao menos se preocupar, você não os contaria o que houve simplesmente pelo motivo ser uma das coisas mais inimagináveis de se pensar.
Não sei, sei lá, não sei. Dormir é umas das poucas soluções quando estou assim, tão eu mesma. E isso por mais que doa profundamente – até que não muito, pra falar verdade, como bastante chocolate ás vezes e isso até que ajudo um pouco- sou um porre quando estou assim, pra mim mesma. Meus olhos doem se é que vocês me entendem. Então é só. Não só o que eu tenho pra falar, mas só o que conseguir expressar o que estou sentindo agora.